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Governo de Moçambique prepara criação de Banco de Desenvolvimento ainda em 2025
O Governo moçambicano confirmou que a criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique (BDM) está agendada para este ano, com o lançamento do projeto para consulta pública previsto para os próximos dias. A nova instituição financeira surge como resposta à necessidade de impulsionar o financiamento de projetos estruturantes, com foco na industrialização e valorização dos recursos nacionais.
Anunciada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, durante o seu discurso de tomada de posse em 15 de Janeiro, a iniciativa tem vindo a ganhar respaldo e encontra-se agora numa fase avançada. O documento legal que sustenta o projecto já foi concluído e encontra-se disponível no site do Ministério da Economia e Finanças para análise pública.
Entre os principais objectivos delineados para o BDM estão a mobilização de recursos internos e externos, o apoio a micro, pequenas e médias empresas, a promoção de investimentos em sectores estratégicos e sustentáveis, bem como a diversificação de oportunidades para investidores institucionais nacionais. O modelo proposto inspira-se em experiências positivas de países como a África do Sul e a Namíbia.
O economista Octávio Manhique vê com bons olhos a criação do banco, sublinhando que poderá corrigir falhas de natureza política que, no passado, comprometeram o sucesso de diversos projectos de investimento. “Trata-se de uma oportunidade para dar um impulso estratégico ao financiamento do desenvolvimento económico, reduzindo interferências políticas que muitas vezes distorcem os processos de decisão”, afirmou.
Manhique, no entanto, alerta para a importância de definir claramente o modelo de financiamento e a estrutura de gestão da futura instituição. “Um banco de desenvolvimento só será eficaz se tiver acesso sustentável a fontes de financiamento. A maioria destas instituições, a nível global, pertence ao Estado, o que não é necessariamente um problema, desde que haja uma governação corporativa sólida”, explicou.
O documento divulgado pelo Executivo propõe dois cenários para a estrutura accionista do BDM. Num deles, o Estado surge como único proprietário. No outro, o Governo mantém 60% das ações, enquanto os restantes 40% são distribuídos por entidades como a África 50, a Kuhanha e investidores internacionais.
A criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique é vista como um passo importante para reforçar a capacidade de financiamento do país, especialmente em sectores considerados prioritários para o crescimento económico sustentável. LEIA MAIS